Aria de Lourenço - dalla prima Opera Negra baiana "Lídia de Oxum" (1988)
Musica di Lindembergue Cardoso - Libretto di Ildásio Tavares -
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)

Quanto è dolce ritornare
Nelle terre dei miei antenati,
Ai mari dei canaviali
Dopo il navigare
Nell'oceano senza fine
Altre terre lontane lasciare
Per stare più vicino a me.
La notte deve tessere
Le sue trame, i suoi intrecci
I suoi misteri e i suoi timori,
Fino all'alba.
Il Sole deve sorgere
Per illuminare il verde
Nuova luce a riflettere.

"Lídia de Oxum" è la prima opera-negra baiana in Brasile, e prima opera lirica scritta in portoghese e yoruba[1]. Risale all’anno 1988. E' una delle ultime opere del compositore baiano Lindembergue Cardoso (30 giugno 1939 – 23 maggio 1989), e fu composta nel periodo marzo-giugno 1988, in occasione del centenario dell'abolizione della schiavitù (13 maggio 1988).

Il libretto è del baiano Ildásio Tavares (25 gennaio 1940 – 31 ottobre 2010) e fu una elaborazione del suo musical “O Barão de Santo Amaro”, scritto nel 1978, mai messo in scena, a causa dell'allusione identificabile ai governanti della dittatura.
 
Poeta, romanziere, drammaturgo, saggista, Ildásio è stato anche un grande compositore. In Europa è noto l'afrosamba "Canto de Iansã" e fu lui a comporlo con Baden Powell. Fu lui a tradurre in francese la canzone "É de Oxum" di Gerônimo e Vevê Calazans. Fu lui a scrivere un capolavoro come "Salve As Folhas", insieme al cantante Gerônimo. Obá de Xangô e ogã del terreiro Axé Opô Afonjá3, Ildásio fu un grande conoscitore della cultura religiosa afro-baiana.
 
Venne rappresentata per la prima volta solo nel giugno 1995, nel contesto della celebrazione del terzo centenario della morte di Zumbi dos Palmares (Alagoas, 1655 – Viçosa, 20 novembre 1695), In anni più recenti, fu messa in scena dal 21 al 23 novembre 2019 nella Sala Principale del Teatro Castro Alves di Salvador Bahia, per aprire le celebrazioni di quello che sarebbe stato l'anno dell’ ottantesimo compleanno di Tavares. Il coordinamento generale  era di Ildázio Júnior e la direzione artistica di Gil Vicente Tavares, figli di Ildásio. (per Approfondimento vedi https://www.sarapegbe.net/articolo.php?quale=166&tabella=nuovi_percorsi#italiano
 
La prima volta era stata messa in scena sempre nel Teatro Castro Alves, dal 29 giugno al 3 luglio 1995. La produzione, diretta da Paulo Dourado, fu successivamente portata a San Paolo – durante il Festival Internazionale delle Arti dello Spettacolo, al Teatro Municipale, il 19 ottobre 1995 – e a Brasilia – durante la Settimana Internazionale della Cultura, al Teatro Nazionale. Una nuova produzione si tenne a Salvador l'anno successivo, all'aperto – nel Parque do Abaeté, l'11 e 12 maggio 1996, diretta da Ildásio Tavares.


[1] Lingua della famiglia linguistica nigero-congolese parlata in diversi paesi del continente africano e giunta in Brasile con gli africani schiavizzati durante la colonizzazione portoghese.

Traduzione dal portoghese di A.R.R.


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TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

Texto da ária de Lourenço 
Ópera Negra baiana “Lídia de Oxum” (1988)

Música de Lindermbergue Cardoso - Libreto de Ildásio Tavares 
 
                                                             

                                                                         


Como è doce voltar
Ás terras dos meus ancestrais,
Aos mares dos canaviais
Depois de navegar
Pelo oceano sem fim
Outras terras tão longe deixar
Para estar tão vizinho de mim.
A noite há de tecer
Suas tramas seus enredos
Seus mistérios e seus medos,
Até o amanhecer.
O sol há de surgir,
Por o verde a incandescer
Nova luz a refletir.
 
 
"Lídia de Oxum" é a primeira ópera negra baiana, e primeira ópera brasileira escrita em português e yoruba. Remonta ao ano de 1988. Foi um dos últimos trabalhos do compositor baiano Lindembergue Cardoso (30 de junho de 1939 – 23 de maio de 1989), realizado no curto período de março a junho de 1988. O libreto é do baiano Ildásio Tavares (25 de janeiro de 1940 – 31 de outubro de 2010) e foi uma elaboração do seu musical “O Barão de Santo Amaro”, escrito em 1978 e nunca encenado, pela alusão identificável aos governantes da ditadura.
 
Poeta, romancista, dramaturgo, novelista, ensaísta, Ildásio Tavares foi também um grande compositor. Na Europa o afro-samba "Canto de Iansã" è muito conhecido entre os amantes da musica brasileira, e foi ele que o compôs, junto com Baden Powell. Foi ele quem traduziu para o francês a canção "É de Oxum", escrita por Gerônimo e Vevê Calazans. Foi sempre ele quem escreveu uma obra-prima como "Salve As Folhas", junto com o cantor Gerônimo. Obá de Xangô e ogã do terreiro Axé Opô Afonjá, Ildásio Tavares foi um grande conhecedor da cultura religiosa afrobaiana.
 
Concebida para a ocasião do centenário da abolição da escravatura (13 de maio de 1988), a ópera só foi estreada em 1995, no contexto da celebração do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares (Alagoas, 1655 – Viçosa, 20 de novembro de 1695).
 
Depois de muitos anos, a Ópera Lídia de Oxum, nos dias 21, 22 e 23 de novembro 2019, foi encenada no Teatro Castro Alves de Salvador Bahia, para abrir as comemorações dos 80 anos de Tavares. A coordenação geral da ópera foi de Ildázio Júnior e a direção artística foi de Gil Vicente Tavares, filhos de Ildásio. (Para saber mais leia https://www.sarapegbe.net/articolo.php?quale=166&tabella=nuovi_percorsi#portoghese)
 
A estréia da ópera tinha acontecido, sempre no Teatro Castro Alves, de 29 de junho a 3 de julho de 1995. A montagem, dirigida por Paulo Dourado, foi levada posteriormente a São Paulo – durante o Festival Internacional de Artes Cênicas, no Teatro Municipal, 19 de outubro de 1995 – e a Brasília – durante a Semana Internacional de Cultura, no Teatro Nacional. Uma nova montagem foi realizada em Salvador no ano seguinte, ao ar livre – no Parque do Abaeté, 11 e 12 de maio de 1996), dirigida por Ildásio Tavares.


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