Jacinta Passos: il sanatorio è Bahia o Bahia è un sanatorio?
Gildeci de Oliveira Leite
Foto estratta dalla copertina del libro "Jacinta Passos,coração militante:obra completa:poesia e prosa, biografia e fortuna crítica" di Janaína Passos Amado
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)

                                                                                                                                         News Sarapegbe - Nuovi Percorsi 8 aprile 2021
Assistendo al documentario "Jacinta Passos, se quiseres me amar" (Jacinta Passos, se vuoi amarmi) mi sono ricordato del ricercatore baiano Gilfrancisco che ha contribuito con i suoi studi alla riscoperta di questa poetessa originaria di Cruz das Almas (N.d.T.: comune del Recôncavo Baiano, nello stato brasiliano di Bahia).
 
Poetessa e ricercatore hanno almeno una cosa in comune: il rapporto con lo stato brasiliano del Sergipe. Jacinta viveva nel Sergipe e Gilfrancisco continua a vivere in questo stato vicino e amico del nostro. Se n'è andato lì molto tempo fa, continua la sua produzione in questa terra che gli ha aperto le braccia e gli ha dato supporto per diverse ricerche, anche su Bahia. In un certo senso, la terra del dendê (N.d.T.: olio che si si estrae da un tipo di palma molto comune a Bahia e nel suo Recôncavo baiano) ha perso un ricercatore.
 
Forse ho mescolato conversazioni e sentimenti per ricordare l'esilio di Jacinta in terre vicine a Bahia. Sua figlia, la ricercatrice Janaína Passos Amado, ci fornisce informazioni significative per comprendere il contributo innovatore di Jacinta. Tuttavia, appoggiato a un cuscino triangolare, ricordo che la riscoperta dell'opera di Jacinta Passos è iniziata con il critico José Paulo Paes.
 
Fu lui a far riemergere la poetessa, grazie al saggio "Entre lirismo e ideologia" ("Tra lirismo e ideologia") che venne pubblicato nella Rivista "Exú", nº 7, 1989, della FCJA-Fundação Casa de Jorge Amado. Subito dopo, Gilfrancisco e Dalila Machado (1947 - 2021) si dedicarono ad una sua riscoperta più ampia. Invitati dai poeti Lita e Luciano Passos, si recarono più volte nella fazenda di Campo Limpo, proprio là dove Jacinta Passos era nata.
 
Nella edizione dell'11 gennaio 1991 del "Diário Oficial do Estado da Bahia", Gilfrancisco pubblicò il saggio "Jacinta Passos: a busca da poesia"  (“Jacinta Passos: la ricerca della poesia”), per commermorare il 45° anniversario della pubblicazione di “Canção da Partida” e l'80° anniversario della nascita dell'autrice. La seconda edizione di questo libro è stata ristampata dalla Empresa Gráfica da Bahia e Fundação das Artes.  Dalila Machado ha scritto “A história esquecida de Jacinta Passos” ("La storia dimenticata di Jacinta Passos"), pubblicato nell'anno 2000 dalla Secretaria da Cultura e Turismo — Fundação Cultura do Estado da Bahia. Gilfrancisco nel 2007 era residente ad Aracaju, nello stato del Sergipe e lì pubblicò  "Jacinta Passos: a busca da poesia”, (“Jacinta Passos: la ricerca della poesia”), Edizioni GFS, raccolta BASE - 2.
 
Questi volumi costituiscono i primi due approfondimenti in assoluto sull'opera della dimenticata poetessa, ma Gilfrancesco, ricercatore instancabile, riuscì a ritrovare  altri tre suoi testi inediti che vennero pubblicati nei quotidiani. Non sono stati aggiunti all'importante opera “Jacinta Passos, coração militante – obra completa: poesia e prosa, biografia, fortuna crítica”, (“Jacinta Passos, cuore militante - opera completa: poesia e prosa, biografia, fortuna critica”), organizzata da Janaina Passos Amado e pubblicata nel 2010 dagli editori EDUFBA e Corrupio.
 
Credo che non sia per niente se, proprio durante il mese di marzo, sono stato spinto a conoscere meglio Jacinta Passos, a ricordare e mescolare i discorsi sulla donna, Jacinta, la ricerca e Bahia. Penso che la migliore spiegazione di tutto ciò possa venire direttamente dalle parole della poetessa: “Studi di logica: il sanatorio è Bahia o Bahia è un sanatorio? La donna è in prigione perché è comunista o è comunista perché è in prigione?"  Viva Jacinta!
 
 
Per gentile autorizzazione del quotidiano brasiliano "A Tarde" di Salvador Bahia, ove questo articolo è apparso in data 28 marzo 2021

Traduzione dal portoghese di A.R.R.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Gildeci de Oliveira Leite. Scrittore e professore brasiliano. É docente di Letteratura Brasiliana, e baiana in particolare, presso la UNEB-Università statale di Bahia.  É Membro dell' Istituto Geografico e Storico dello stato di Bahia (IGHB). Si dedica alla ricerca e analisi degli archetipi della mitologia afro-brasiliana nel testo letterario, e, tra gli altri autori, allo studio dell'opera di Jorge Amado. Oltre a saggi e articoli scientifici, pubblica articoli e cronache su giornali di ampia diffusione e altri veicoli di stampa. È autore del libro "Jorge Amado: da ancestralidade à representação dos Orixás"(Ed. Quarteto. 2008). Instagram: @gildeci.leite. Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCIn2MteQibM5p2l3NpKWdNA



-------------------------------------------------------------------------------


TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

Jacinta Passos: o sanatório è Bahia o Bahia è um sanatório?
por 
Gildeci de Oliveira Leite

   

                                                             
Foto estratta dalla copertina del libro "Jacinta Passos, coração militante: obra completa: poesia e prosa, biografia e fortuna crítica" di Janaína Passos Amado                                                           

                                                                                                                                                     News Sarapegbe - Nuovi Percorsi 8 aprile 2021
Ao assistir o vídeo “Jacinta Passos, se me quiseres amar”, lembrei de contribuições do baiano Gilfrancisco para o redescobrimento da poeta natural de Cruz das Almas. Poeta e pesquisador possuem ao menos uma coisa em comum: a relação com Sergipe. Jacinta morou em Sergipe e Gilfrancisco permanece em nosso vizinho e amigo estado.
 
Ela há muito tempo nos deixou. Ele continua sua produção, correu aos braços da terra, que lhe deu apoio para diversas pesquisas, também sobre a Bahia. De certa forma, a terra do dendê perdeu um pesquisador.
 
Talvez eu tenha misturado conversas e sentimentos por recordar-me do exílio de Jacinta em territórios próximos à Bahia. Janaína Passos Amado, filha e pesquisadora, traz-nos informações significativas para entendermos a contribuição da revolucionária Jacinta. Contudo, inclinado sobre um travesseiro triangular, lembro-me, que o redescobrimento da obra de Jacinta Passos, teve início com o crítico José Paulo Paes.
 
A partir do ensaio “Entre lirismo e ideologia” na revista Exu — Fundação Casa de Jorge Amado —, nº 7, 1989, Paes fez emergir a poeta. Logo em seguida, Gilfrancisco e Dalila Machado (1947 — 2021) dedicaram-se à redescoberta mais ampla. Viajaram algumas vezes à fazenda Campo Limpo — onde nascera Jacinta Passos — a convite dos poetas Lita e Luciano Passos.
 
Gilfrancisco publicou no Diário Oficial do Estado da Bahia, edição de 11 de janeiro de 1991, “Jacinta Passos: a busca da poesia”, em comemoração aos 45 anos da publicação de “Canção da Partida” e 80 de nascimento da autora. A Empresa Gráfica da Bahia e Fundação das Artes reeditaram a 2º edição do citado livro. Dalila Machado publicou em 2000 pela Secretaria da Cultura e Turismo — Fundação Cultura do Estado da Bahia —, “A história esquecida de Jacinta Passos”.
Gilfrancisco, já residindo em Aracaju, em 2007 publica “Jacinta Passos: a busca da poesia”, Edições GFS, coleção BASE – 2. Esses livros são os dois primeiros estudos mais aprofundados sobre a obra da poeta esquecida.
 
Incansável pesquisador, Gilfrancisco, localizou mais três textos inéditos, os quais foram divulgados na imprensa e não adicionados à importante publicação “Jacinta Passos, coração militante – obra completa: poesia e prosa, biografia, fortuna crítica”, organizada por Janaina Passos Amado — 2010, EDUFBA e Corrupio.
 
Acredito que não tenha sido à toa, que no mês de março eu tenha sido levado a conhecer mais de Jacinta Passos, lembrar e misturar coisas sobre mulher, Jacinta, pesquisa e Bahia. Acredito que as melhores explicações podem ser palavras da própria poeta. “Estudos de lógica: o sanatório é Bahia ou Bahia é um sanatório? A mulher está presa porque é comunista ou é comunista porque está presa? ” Vivas à Jacinta!
 

Com gentil Autorização do jornal brasileiro " A Tarde" de Salvador Bahia, onde este artigo foi publicado em  28 de março de 202.
 
 


Gildeci de Oliveira Leite. Professor de literatura brasileira e baiana da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e sócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). Tem se dedicado à investigação de arquétipos da mitologia afro-brasileira no texto literário, aos estudos sobre a obra de Jorge Amado, dentre outros autores e autoras. Publica, além de ensaios e artigos científicos, artigos de opinião e crônicas em jornais de grande circulação e em outros veículos. É autor do livro "Jorge Amado: da ancestralidade à representação dos Orixás"(ed. Quarteto, 2008).
Instagram:@gildeci.leite. Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCIn2MteQibM5p2l3NpKWdNA