BOA SORTE. Chi vi scrive è un brasiliano nato da genitori italiani
Nicola Mantenuto
TESTO IN ITALIANO (Texto em português)"Chi vi scrive è un brasiliano nato a Utinga (San Paolo) da genitori italiani (abruzzesi) emigrati in Brasile dopo la Seconda guerra mondiale. Quando avevo due anni, decisero di tornare in Italia per ricominciare una nuova vita.
Gli inizi furono duri. Infatti, come diceva mia madre, che di trasferimenti ne aveva fatti tanti, esiste una valida formula, oserei dire matematica, da tenere in considerazione:
Per ambientarti al ritorno in patria ci vogliono gli stessi anni trascorsi all’estero. Insomma, praticamente, se sei emigrato per 10 anni dall’Italia, quando decidi di tornare a vivere in Italia ci vogliono 10 anni per ambientarti.
Non a caso, molti emigrati, entro un anno dal loro rientro in patria, decidono di fare le valigie e tornare da dove sono partiti. Questa formula vale per tutti gli emigrati del mondo.
La storia è un susseguirsi di eventi che si ripetono. Purtroppo, molto spesso l’uomo non riesce ad anticipare queste dinamiche, che ancora oggi si verificano con i vari conflitti mondiali.
La famiglia di mia madre, intorno al 1938, si trasferì in Libia, dedicandosi all’agricoltura, ma ben presto dovette dividersi a causa del conflitto bellico. Mia madre Rosina, la sorella Iolanda e il fratellino Gabriele furono mandati, insieme ad altri 20.000 bambini, nelle colonie in Italia, dove, per cinque anni, vennero educati e istruiti con l’intento di agevolare le famiglie negli spostamenti durante la guerra in Africa.

Finita la guerra, finalmente la famiglia poté riunirsi al completo e, come rifugiati della Libia, il Ministero degli Affari Esteri li informò della possibilità di emigrare in Brasile, una meta molto ambita dagli italiani dell’epoca. Ben presto firmarono un contratto per una fazenda di caffè. Arrivati in Brasile, si resero conto che la fazenda si trovava nel mezzo di una foresta, lontana da qualsiasi posto abitato, e questo permetteva al padrone di imporre prezzi esorbitanti per i beni di prima necessità, creando un circolo vizioso che gli consentiva di recuperare gli stipendi con cui pagava i malcapitati.
La famiglia era partita per il Brasile in cerca di una vita migliore, ma si ritrovò in condizioni di schiavitù. Un giorno, Nuccio, uno dei figli più intraprendenti, decise di andare a San Paolo a cercare lavoro. Si presentò al capo di un’officina dichiarandosi meccanico, anche se, in realtà, non lo era. Fu fortunato perché la prova si sarebbe svolta dopo la pausa pranzo e, nell’attesa, incontrò un meccanico italiano che gli diede utili suggerimenti sui macchinari in uso. Questi consigli furono determinanti, e Nuccio ottenne il lavoro.
Affittò subito una stanza e iniziò a lavorare. Sua sorella Rosina lo raggiunse per cucinare per lui e divenne amica della padrona di casa, anche lei italiana. Notando le abilità sartoriali della giovane, la donna la incoraggiò a trovare lavoro e l’aiutò cucinando per loro.
Nuccio e Rosina, dopo un breve periodo, tornarono alla fazenda e, dopo una riunione familiare, affrontarono il padrone, dichiarando la loro intenzione di lasciare il lavoro. Nonostante le minacce dell’aguzzino, che si trovò di fronte alla loro determinazione, la famiglia riuscì a partire. Inoltre, aiutarono una famiglia di loro compaesani abruzzesi a fuggire dalla fazenda.
A San Paolo trovarono lavoro tutti e sette i figli. Il padre e la madre, energica e instancabile, si occuparono della gestione della casa.
Mia madre Rosina conobbe mio padre, che era emigrato in Brasile nello stesso periodo. Aveva una ditta di costruzioni e, la sera, si recava al club Palmeiras, dove praticava pugilato, la sua grande passione.
Quando avevo due anni, i miei genitori decisero di tornare in Italia e iniziarono una nuova vita, caratterizzata da vari spostamenti per motivi di lavoro. Adesso, io, mia moglie e mio figlio Marco viviamo da circa vent’anni a Toronto, mentre nostra figlia Iara vive a Los Angeles.
Questa è la storia di quattro generazioni appartenenti alla stessa famiglia di emigrati, legati da eventi fortuiti o dalla continua ricerca di condizioni di vita migliori."
Il finale non c’è... è perché la storia continua…
© SARAPEGBE.
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TEXTO EM PORTUGUÊS (Testo in italiano)BOASORTE
Quem està escrevendo è um brasileiro filho de italianos
por
Nicola Mantenuto
"Quem està escrevendo è um brasileiro nascido em Utinga (São Paulo), filho de pais italianos (de Abruzzo) que emigraram para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial. Quando eu tinha dois anos, eles decidiram voltar para a Itália para começar uma nova vida.
Os começos foram difíceis. Na verdade, como dizia minha mãe, que fez muitas mudanças, existe uma fórmula válida, ousaria dizer matemática, a ser levada em consideração:
Leva o mesmo número de anos para se adaptar ao seu retorno para a pátria como você fez no exterior. Resumindo, na prática, se você emigrou da Itália por 10 anos, quando você decidir voltar a viver na Itália, lavará 10 anos para se adaptar.
Não é por acaso que muitos emigrantes, um ano após retornarem à sua terra natal, decidem fazer as malas e retornar para o lugar de onde partiram. Esta fórmula se aplica a todos os emigrantes do mundo.
A história é uma sucessão de eventos repetidos. Infelizmente, muitas vezes o homem não consegue antecipar essas dinâmicas, que ainda ocorrem hoje em dia com vários conflitos mundiais.
A família da minha mãe mudou-se para a Líbia por volta de 1938, dedicando-se à agricultura, mas logo teve que se separar devido ao conflito bélico. Minha mãe Rosina, sua irmã Iolanda e seu irmãozinho Gabriele foram enviados, junto com outras 20.000 crianças, para as colônias na Itália, onde, por cinco anos, foram educados e instruídos com o objetivo de ajudar as famílias em suas viagens durante a guerra na África.
Terminada a guerra, a família finalmente pôde se reunir e, como refugiados da Líbia, o Ministério das Relações Exteriores os informou sobre a possibilidade de emigrar para o Brasil, um destino muito procurado pelos italianos na época. Logo eles assinaram um contrato para uma fazenda de café. Ao chegarem ao Brasil, perceberam que a fazenda ficava no meio de uma floresta, longe de qualquer lugar habitado, e isso permitia que o proprietário impusesse preços exorbitantes para os bens de primeira necessidade, criando um círculo vicioso que lhe permitia recuperar os salários com os quais pagava aos infelizes.
A família partiu para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas se viu em condições de escravidão. Um dia, Nuccio, um dos filhos mais audaz, decidiu ir para San Paolo em busca de trabalho. Ele se apresentou ao gerente de uma oficina declarando-se mecânico, embora, na realidade, não fosse. Ele teve sorte porque o teste aconteceria depois do intervalo para almoço e, enquanto esperava, conheceu um mecânico italiano que lhe deu conselhos úteis sobre as máquinas em uso. Esse conselho foi fundamental, e Nuccio conseguiu o emprego.
Ele imediatamente alugou um quarto e começou a trabalhar. Sua irmã Rosina se juntou a ele para cozinhar e se tornou amiga da dona da casa, que também era italiana. Percebendo as habilidades de costura da jovem, a mulher a encorajou a encontrar trabalho e a ajudou cozinhando para eles.
Nuccio e Rosina, após pouco tempo, retornaram à fazenda e, após uma reunião familiar, enfrentaram o proprietário, declarando sua intenção de deixar o trabalho. Apesar das ameaças do tirano, que se viu diante da determinação deles, a família conseguiu ir embora. Eles também ajudaram uma família de moradores de Abruzzo a escapar da fazenda.
Em São Paulo, todos os sete filhos encontraram trabalho. O pai e a mãe enérgica e incansável cuidavam da administração da casa.
Minha mãe Rosina conheceu meu pai, que havia emigrado para o Brasil na mesma época. Ele tinha uma construtora e, à noite, frequentava o clube Palmeiras, onde praticava boxe, sua grande paixão.
Quando eu tinha dois anos, meus pais decidiram voltar para a Itália e começaram uma nova vida, caracterizada por várias mudanças por motivos de trabalho. Agora, minha esposa, meu filho Marco e eu moramos em Toronto há cerca de vinte anos, enquanto nossa filha Iara mora em Los Angeles.
Esta é a história de quatro gerações pertencentes à mesma família de emigrantes, ligadas por acontecimentos fortuitos ou pela busca contínua por melhores condições de vida."
Não há final, è porque a história continua…
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