Dedicato a Giovanni Ricciardi
Maria Fontes
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)

Ciao Giovanni, mio caro collega e amico, oggi ti scrivo dal Brasile, ma sappi che il mio cuore è qui con te e con i tuoi affetti. Come uomo di lettere, professore presso l’Università di Napoli L’Orientale, dedicato alla sociologia della letteratura e profondo conoscitore della cultura e letteratura brasiliana e portoghese, le tue lezioni hanno fatto crescere più di una generazione di ragazzi e ragazze di forti principi, come hai fatto coi tuoi amatissimi figli, perché le tue lezioni sono state oltre i libri, oltre le antologie, oltre le spiegazioni in classe.

Le tue lezioni sono i frutti della tua grandezza come essere umano, della tua saggezza come persona, della tua generosità e bontà, della tua correttezza e del rispetto degli altri, cioè, della tua anima mite, perché, caro amico, la mitezza ci rende liberi dall’ostentazione, dall’orgoglio e dalla superbia, la mitezza è un atteggiamento e una disposizione verso gli altri, è una donazione continua di se stesso e non ha bisogno di essere corrisposta.

È con questo spirito onesto che sei sbarcato in Brasile, negli anni ’80, portando con te solo lo zaino sulle spalle, tanto coraggio e una grande passione per una lingua, una cultura e un popolo. E con semplicità e molta tenacia in poco tempo hai sfondato il muro della differenza e indifferenza che separa gli immigranti dal resto della società. Con la tua intelligenza, gentilezza e fermezza dell’educazione, valori con cui hai portato avanti non solo il tuo lavoro, ma tutta la tua vita, hai conquistato il Brasile e poi il resto del mondo. Infatti, tutti parlano di te in Brasile, Portogallo, Spagna, Francia, America, Italia: gli scrittori, i giornalisti, gli ex allievi, gli artisti, gli accademici, gli amici vicini e lontani.

Solo in tre giorni, amico mio, un'ondata di affetto e di stima ci ha travolto e stravolto, e ha riempito la tua pagina Facebook, non ci è servito nemmeno cercare nel dizionario delle Virtù le parole per elencare i tuoi attributi e contributi. I tuoi insegnamenti, come descrivono gli amici, sono racconti appassionanti, “suoni, colori, odori e sapori del Brasile e del Portogallo”, che hai provato e respirato in ogni angolo di quei paesi per poi portarli in Italia attraverso i tuoi studi, traduzioni e interviste memorabili realizzate con scrittori e intellettuali brasiliani.

E, come un grande e vero compagno, ricordando che la parola compagno deriva da cum panis, cioè coloro che condividono il pane, hai condiviso utopie e resistenze, allusione all’ultimo libro che hai pubblicato.
Tu ospitavi generosamente a casa tua a Roma tutti i tuoi amici e amiche in un ambiente sempre improntato alla fraternità, alla pluralità e – naturalmente – al buon cibo coltivato nel tuo mitico orto. La terra, amico mio, ti sarà lieve e avrà il profumo del basilico, del rosmarino, della salvia e della menta e anche dei tuoi fiori, lo stesso profumo che riempiva la tua casa e la tua anima mite in giorno di festa.

A noi lasci una grande lezione di ottimismo e di fede cristiana, che la strada da percorrere non è semplice, è costituita da sentirei e deviazioni, che a volte uniscono e a volte separano, ma tutto converge al viaggio ciclico, che unifica e dà senso. Questo viaggio ciclico, come la vita, è scoperta e conoscenza del mondo, delle cose e di se stessi. Ciao amico Giovanni! Buon viaggio e buone nuove scoperte, sicura che hai rimesso lo zaino in spalla.

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Maria Fontes. Professoressa/Ricercatrice di “Letteratura Portoghese e Brasiliana” presso l’Università degli Studi di Padova, Dipartimento di Studi Linguistici e Letterari. Laureatasi in Lingua e letteratura portoghese/Brasiliana presso la Facoltà di Lettere e Filosofia dell'Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ottiene il Dottorato di Ricerca in Scienza della Letteratura presso l’Università Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) in regime di co-tutela con l’Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, con borsa di Studio del Governo Brasiliano. Svolge attività di ricerca Post-Dottorato presso l’Università Ca’ Foscari di Venezia in partnership con l’UFRJ. È direttrice della collana editoriale RUDÁ, della casa Editrice TAB-Edizione (Roma), e, dal 2016, è codirettrice della collana editoriale Lusoafrobrasiliana/LABra della casa editrice Aracne (Roma). Ultimi libri pubblicati: Lei. Studio sulle scrittrici brasiliane contemporanee, Roma: Aracne, 2018; Mímesis (des)encarnada – Entre imagens e textos luso-brasileiros, Lisboa/Porto/Viseu/Aveiro: Edições Esgotadas, 2020, e Geografias literárias de língua portuguesa no século XXI, Roma: Tab  Edizioni, 2021.
 

Traduzione idal portoghese di Maria Fontes 

© SARAPEGBE.                                                          
E’ vietata la riproduzione, anche parziale, dei testi pubblicati nella rivista senza l’esplicita autorizzazione della Direzione 

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TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

Dedicado ao Giovanni Ricciardi
por
Maria Fontes


                                                               

Olá, Giovanni, meu caro colega e amigo, hoje lhe escrevo do Brasil, mas saiba que meu coração está aqui com você e com seus afetos. Como um homem de letras, professor da Universidade de Nápoles L'Orientale, dedicado à sociologia da literatura e um profundo conhecedor da cultura e literatura brasileira e portuguesa, as suas lições alimentaram e fomentaram o crescimento de mais de uma geração de moças e rapazes de fortes princípios, exatamente como muito bem educou os seus amados filhos, porque suas lições, para além de livros, antologias e explicações em sala de aula, são frutos da sua grandeza como ser humano, da sua sabedoria como pessoa, da sua generosidade e bondade, da sua correção e respeito pelos outros, isto é, da sua alma mansa, benigna, pois, querido amigo, a mansidão nos liberta da ostentação e do orgulho; a mansidão é uma atitude e disposição para com os outros, é uma doação contínua e não precisa ser correspondida.

E foi com esse espírito honesto que você desembarcou no Brasil, nos anos 1980, levando nos ombros apenas uma mochila e nela tantos sonhos, tanta coragem e uma grande paixão por uma língua, uma cultura e um povo. Foi com essa simplicidade, mas muita tenacidade que, em pouco tempo, você rompeu o muro da diferença e da indiferença que separa os imigrantes do resto da sociedade. Com sua inteligência, bondade e firmeza de educação, valores que sempre pautaram os seus estudos e o seu trabalho, enfim toda a sua vida, você conquistou o Brasil e depois o resto do mundo. De fato, neste momento, todos estão falando de você no Brasil, Portugal, Espanha, França, EUA, Itália: escritores, jornalistas, ex-alunos, artistas, acadêmicos, amigos próximos e distantes. Em apenas três dias, meu caro amigo, uma onda de carinho e estima tem atravessado não só as fronteiras na Europa, mas também esse rio chamado Atlântico e vem inundando a nossa alma e enchendo a sua página do Facebook com belas e gentis palavras a seu respeito.

Sim, porque não é necessário buscar no dicionário das Virtudes os vocábulos mais difíceis para elencar seus atributos e contribuições. Tudo é muito simples, porque seus ensinamentos, como os próprios amigos os descrevem, são narrativas emocionantes sobre “sons, cores, cheiros e sabores do Brasil e de Portugal”, os quais você experimentou, saboreou e respirou em todos os cantos desses países para depois levá-los para a Itália, através de seus estudos, traduções memoráveis e entrevistas com escritores e intelectuais brasileiros.

E, como um grande e verdadeiro companheiro, lembrando que a palavra companheiro vem de cum panis, ou seja, aqueles que compartilham o pão, você compartilhou as “utopias e as resistências”, alusão ao seu último livro publicado com entusiasmo e alegria. A mesma alegria com que acolhia generosamente em sua casa, em Roma, todos os amigos e as amigas, num ambiente sempre marcado pela fraternidade, pluralidade e, evidentemente, pela boa comida cultivada no seu famoso horto.  Para você, meu amigo, que a terra seja leve e doce, que tenha o cheiro de manjericão, alecrim, sálvia e hortelã e também de suas flores.

Que tenha o mesmo perfume que encheu a sua casa e sua alma benigna em dias de festa. Você nos deixa uma grande lição de otimismo e de fé cristã, e nos lembra de que a estrada a ser percorrida não é fácil, ela consiste em trilhas e desvios, que, às vezes, se unem e, às vezes, se separam, mas todos os caminhos convergem numa viagem cíclica, que unifica e dá sentido. Esta viagem cíclica, como a vida, é descoberta e conhecimento do mundo, das coisas e de si. Até logo, amigo Giovanni! Na certeza de que você não esqueceu de pendurar nos ombros a velha mochila, boa viagem e boas novas descobertas.




© SARAPEGBE.                                                          
E’ vietata la riproduzione, anche parziale, dei testi pubblicati nella rivista senza l’esplicita autorizzazione della Direzione 
Maria Fontes. Professora Dra. de Literatura Portuguesa e Brasileira do Dipartimento di Studi Linguistici e Letterari (DISLL), da Università degli Studi di Padova. Tem Pós-doutorado em Studi Linguistici Culturali Comparati pela Università Ca’Foscari di Venezia; Doutorado em Letras pela UFRJ, em cotutela com a Università «La Sapienza» di Roma, com bolsa de estudos do Governo Brasileiro. Dirige as Coleções RUDÁ (Tab-Edizione di Roma) e LABRA da editora Aracne de Roma. Entre as suas publicações destacam-se: Lei. Studio sulle scrittrici brasiliane contemporanee, Roma: Aracne, 2018; Mímesis (des)encarnada – Entre imagens e textos luso-brasileiros, Lisboa/Porto/Viseu/Aveiro: Edições Esgotadas, 2020, e Geografias literárias de língua portuguesa no século XXI, Roma: Tab  Edizioni, 2021.