Onésimo Silveira: un uomo capoverdiano poliedrico e di molte battaglie
Antonella Rita Roscilli
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)

                                                                                                                     Nuovi Percorsi Sarapegbe  30 aprile 2021
"Il mare uscirà  / Dalle nostre isole / Dalle nostre strade / Dalle nostre case / Dalle nostre anime / Il mare andrà al mare / E ripuliti finalmente dal fango delle alghe / E liberati dal sale del nostro sorriso di figliastri / Saremo frutto di noi stessi / Nascendo dal ventre nero della terra [...]". Questi versi sono l'espressione più chiara della lirica e della forza del capoverdiano Onésimo Silveira, poeta, scrittore e politico morto il 29 aprile 2021 a Capo Verde, nell'isola di São Vicente. Resterà una figura leggendaria del nazionalismo capoverdiano, della democrazia e anche della regionalizzazione di Capo Verde, che fu la sua ultima grande lotta politica. Onésimo Silveira lascia, perciò, una eredità molto importante dal punto di vista letterario e politico.

A questo proposito, il Presidente della Repubblica, Jorge Carlos Almeida Fonseca, per ricordarlo ha  affermato: "Era una delle ultime voci di un periodo cruciale di transizione dalla nostra storia coloniale alla silenziosa lotta di liberazione. Onésimo Silveira era tanti uomini in uno, ma tutti impegnati in un'unico obiettivo, quella della sua gente, quella della sua terra di Capo Verde. Il Paese e la gente delle isole gli sono grati e nella nostra memoria rimarrà come esempio di determinazione, coraggio e capacità di superare i cardini della Storia, verso la libertà".
 
Nato nel 1935 a Mindelo, fin da giovane si impegnò nella lotta per l'indipendenza di Capo Verde, in clandestinità, e poi nel PAIGC, il partito che ha guidato la lotta per l'indipendenza della Guinea-Bissau e di Capo Verde. Studiò  a Uppsala, in Svezia, negli anni '60, dopo aver trascorso un periodo in Cina. Nel 1976 conseguì un dottorato in Scienze Politiche presso l'Università di Uppsala (Svezia). Come cittadino svedese fu diplomatico per le Nazioni Unite, prima a New York (USA), e poi in diversi paesi, in particolare paesi africani (Angola, Mozambico e Somalia). Ha lavorato principalmente per ACNUR- Alto Commissario delle Nazioni Unite per i rifugiati , occupandosi dei  rifugiati sudafricani e namibiani, che gli valse il riconoscimento del presidente Nelson Mandela, del Sud Africa.
 
Uomo di molte battaglie, quindi, ma anche autore di molte opere tra poesie, romanzi e saggi politici, membro della generazione cosiddetta "antievoluzionista", vicino al PAIGC e ad Amílcar Cabral, "padre dell'indipendenza" di Guinea-Bissau e Capo Verde . Onésimo Silveira è stato il primo presidente della Câmara Municipal de São Vicente  ove fu eletto nel 1991 e vi  rimase in carica fino al 2002. Nel 2002, con il PAICV (erede del PAIGC) al governo, venne nominato ambasciatore in Portogallo, occupando il ruolo fino al 2005. Ricordiamom inoltre, che nel 2015 ricevette la Laurea Honoris Causa dall'Università di Mindelo, per "l'immenso contributo alla democratizzazione" del Paese e per il suo ruolo nella "internazionalizzazione del municipalismo capoverdiano". Nel 2016 entrò a far parte del Gruppo di riflessione nel Paese e nella diaspora a favore della regionalizzazione dell'arcipelago. Questa fu l'ultima grande battaglia politica di Onésimo Silveira. 
                                                               
 
Oltre ad essere un profondo difensore della democrazia, è considerato uno dei massimi esponenti della letteratura capoverdiana, con molte opere pubblicate nel campo della letteratura e della saggistica.  Scrittore di successo, pubblicò nel 1960 “Toda a gente fala; sim, senhor”, sua prima opera, cui seguirono “Hora grande; poesia caboverdiana (1962), “Consciencializac̦ão na literatura caboverdiana” (1963), “Africa South of the Sahara: Party Systems and Ideologies of Socialism” (1976), “A saga das as-secas e das graças de nossenhor (1991) , “A tortura em nome do partido único: o PAICV e a sua polícia política” (1992),“Contribuição para a construção da democracia em Cabo Verde”, (1994), “Poemas do tempo de trevas: Saga (poesia inédita e dispersa) Hora grande (riedizione nel 2008), tra molte altre opere. La sua vita viene ricordata nel libro “Onésimo Silveira, Uma vida, um mar de histórias”, realizzato in collaborazione con il giornalista José Vicente Lopes, lanciato nel 2016 nell'Auditorium del CPLP di Lisbona: più di 400 pagine in cui racconta le sue innumerevoli avventure, sin dall'infanzia, poi emigrante e intellettuale a São Tomé e Príncipe e in Angola, e successivamente come esiliato politico in Francia, Algeria, Cina, Svezia. E per concludere torniamo ad alcune parole di Onesimo Silveir profuse verso un futuro di fraternità universale: [...] La nave negriera si perderà nella lega del tempo / Perché l'anima delle nostre voci / Non morirà nelle stive / La fame non si nutrirà della fame / [...] I bambini nasceranno senza obiettivi nei loro occhi / [...] I bambini saranno bambini! / Neri e biondi e bianchi / Saranno petali dello stesso fiore .



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TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

Onésimo Silveira: um homem cabo-verdiano multifacetado e de vários combates
por
Antonella Rita Roscilli

 

                                                                   
 
                                                                                                               Nuovi Percorsi Sarapegbe  30 aprile 2021

"O mar sairá / Das nossas ilhas / Das nossas ruas / Das nossas casas / Das nossas almas / 0 mar irá para o mar / E limpos finalmente do lodo das algas / E libertos do sal do nosso sorriso de enteados / Seremos frutos de nós mesmos / Nascendo da barriga negra da terra." Estes versos são a expressão mais clara da lírica e da força do cabo-verdiano Onésimo Silveira, poeta, escritor e político que faleceu em 29 de abril de 2021 nas sua ilha natal de São Vicente; figura lendária do nacionalismo cabo-verdiano, da democracia e também da regionalização de Cabo Verde, que foi o seu último grande combate político. Onésimo Silveira deixa um legado muito importante do ponto de vista literário e político.

Neste propósito, Jorge Carlos Almeida Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde, lamentando a morte dele, entre outras, afirmou: "E' uma das últimas vozes de um período crucial de transição da nossa história colonial para a luta de libertação que se cala. Onésimo Silveira era muitos homens num só, mas todos comprometidos com um só destino, o do seu povo, o da sua terra Cabo Verde. O país e o povo das ilhas estão-lhe gratos e na sua memória perdurará como exemplo de determinação, coragem e a capacidade para dobrar os gonzos da História, rumo à liberdade".
 
Nascido em 1935 em Mindelo, desde cedo Onésimo engajou-se na luta pela independência de Cabo Verde, na clandestinidade, e depois na diplomacia do PAIGC, partido que dirigiu a luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde. Estudou em Uppsala, na Suécia durante a década de 1960, depois de ter passado um período na China. Em 1976, doutorou-se em Ciências Políticas, pela Universidade de Uppsala (Suécia)
 
Como cidadão sueco foi diplomata pelas Nações Unidas, primeiro, em Nova Iorque (EUA), e depois em vários países, nomeadamente africanos (Angola, Moçambique e Somália.)  Trabalhou para a ACNUR-Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ocupando-se dos refugiados sul-africanos, namibianos, algo que lhe mereceu o reconhecimento do presidente Nelson Mandela, da África do Sul.  
 
Homem de vários combates, foi também autor de várias obras repartidas pela poesia, romances e ensaios políticos, membro por isso da chamada geração “anti-evacionista”, próxima do PAIGC e de Amílcar Cabral, "pai da independência" da Guiné-Bissau e Cabo Verde. Onésimo Silveira foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de São Vicente, eleito em 1991, mantendo-se no cargo até 2002. Em 2002, com o PAICV (herdeiro do PAIGC) no governo, foi nomeado embaixador do país em Portugal, mantendo-se nessas funções até 2005. Em 2015 recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Mindelo, em Cabo Verde Mindelo pelo "imenso contributo para a democratização" do país e pelo seu papel na "internacionalização do municipalismo cabo-verdiano". Em 2016 integrou o Grupo de Reflexão no país e na diáspora a favor da regionalização do arquipélago. Este foi o último grande combate político de Onésimo Silveira.
                                                               
 
Além de um profundo defensor da democracia, é considerado um dos mais proeminentes expoentes da literatura  cabo-verdiana, com muitos trabalhos publicados no campo da literatura e do ensaio (política, sociologia e antropologia). Escritor profícuo, publicou em 1960 “Toda a gente fala; sim, senhor”, a primeira obra e  continuou com: "Hora grande; poesia caboverdiana (1962), “Consciencializac̦ão na literatura caboverdiana” (1963), “Africa South of the Sahara: Party Systems and Ideologies of Socialism” (1976), “A saga das secas e das graças de nossenhor (1991) , “A tortura em nome do partido único: o PAICV e a sua polícia política” (1992),“Contribuição para a construção da democracia em Cabo Verde”, (1994), “Poemas do tempo de trevas: Saga (poesia inédita e dispersa), Hora grande (reedição em 2008), entre outras obras.

A sua vida encontra-se reconstituída no livro “Onésimo Silveira, Uma vida, um mar de histórias”, feito em parceria com o jornalista José Vicente Lopes, lançado em 2016 no Auditório da CPLP, em Lisboa: mais de 400 páginas em que conta as suas inúmeras peripécias, desde os tempos da infância, depois como emigrante e intelectual em São Tomé e Príncipe e Angola, e mais tarde como exilado político em França, Argélia, China, Suécia. E para concluir voltaremos às palavras de Onésimo Silveira que olham para um futuro de fraternidade universal: 0 negreiro estará perdido na légua do tempo / Porque a alma das nossas vozes / Não morrerá no fundo dos porões / A fome não se alimentará da fome / (...)  As crianças nascerão sem metas nos olhos / (...)  As crianças serão crianças!/ Negras e loiras e brancas / Serão pétalas da mesma flor.
 
 
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Traduzione in portoghese di A.R.R.