Sprofondata, caduta Amatrice. POESIA
Carlos Nejar
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)

SPROFONDATA, CADUTA
AMATRICE - 
A Maria Beltrão (*)

Amatrice, il terremoto
in Italia, Amatrice:
la città non esiste, è agosto
le urla, i riti, l'orologio
si fermò, morti, morti,
non c'è storia
tra le rovine, nè
è rifugio il terrore.
E il fondo si aprì
e le case tra le ossa
di corpi, ossa
di pietre e vecchie
vecchie sonanti
ombre.
 
Amatrice e tremò
la terra, tremò
irrompendo l'alba.
E cosa resta delle macerie,
cosa resta nell' inscrizione
dei sogni. Cosa resta,
con desolata polvere, nero
miele, la morte regna
e muore.

 
(*) Maria Beltrão é una archeologa, storica, docente, ricercatrice e scrittrice brasiliana. Dottore in Arqueologia e Geologia è una delle pioniere nella esplorazione dei siti archeologici di tutto il Brasile. Tra gli altri illustri titoli, appartiene all'Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro è Membro Correspondente della Academia de Letras da Bahia. 
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Traduzione dal portoghese di Antonella Rita Roscilli
 
Carlos Nejar. Poeta, romanziere e critico brasiliano. In Brasile è il traduttore delle opere di Pablo Neruda e Jorge Luis Borges. Nel saggio del critico svizzero Gustav Siebenmann, Poesía Y Poéticas del Siglo XX En La América Hispana Y El Brasil (Ed. Gredos, Biblioteca Románica Hispânica, Madri, 1997), é considerato uno dei 37 scrittori-chiave tra 300 autori importanti, nel periodo compresto tra il 1890 e 1990. E´menzionato tra i 14 maggiori della letteratura brasiliana, tra gli altri, al lato di Cruz e Sousa, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Haroldo de Campos.Nato a Porto Alegre (Rio Grande do Sul-Brasile), abita nella “Casa del Vento” nel quartiere Urca, a Rio de Janeiro. E’ membro dell’Academia Brasileira de Letras e dell’Academia Brasileira de Filosofia. La sua opera letteraria è vasta: è autore di innumerevoli romanzi, saggi, antologie di poesie. Ricordiamo il saggio Storia della letteratura brasiliana, ed. Leya, São Paulo, giunto alla seconda edizione. Ha ricevuto la più alta onorificenza dal suo stato di origine “A Comenda Ponche Verde” e nel 2010 ha ricevuto in Minas Gerais “A grande Medalha da Inconfidência”. Nel 2011 è uscita la terza edizione di “Viventes” ed è stato indicato per il Nobel della Letteratura dall’Academia brasileira de Filosofia. Lo scrittore gaucho, tradotto in varie lingue, viene studiato in università in Brasile e all’estero. Tra le sue pubblicazioni ricordiamo:
Poesia: Sélesis , 1960, Livro de Silbion (1963), O Campeador o Vento (1966), Ordenações (1971), Canga (Jesualdo Monte, 1971), O Poço do Calabouço (1974), Árvore do mundo (1976), O Chapéu das Estações (1977) , Os Viventes (1978), Um País, O Coração (1980), Livro de Gazéis (1984), Memórias do Porão (1985), Elza dos pássaros ou a ordem dos planetas (1993), A Idade da Aurora (1990); Os Viventes ,Editora Record, 1999. Al compimento dei settantanni ha pubblicato la maggior parte delle sue poesie in I.Amizade do mundo; II. A Idade da Eternidade, editora Novo Século, São Paulo, 2009. E Odysseus, o velho, 2010, “A Vida de um Rio Morto – Monumento ao Rio Doce” (ed. Ibis Libris, 2016)
Antologie: De Sélesis a Danações (Ed.Quíron,SP, 1975 ), A Genealogia da Palavra (Ed. Iluminuras, SP, 1989), Minha Voz se chamava Carlos (Unidade Editorial-Prefeitura de PA, RS, 1994), Os Melhores Poemas de Carlos Nejar, con prefazione e selezione di Léo Gilson Ribeiro (Ed. Global, S.Paulo, 1998); Breve História do Mundo , Ediouro, prefazione e selezione di Fabrício Carpinejar, 2003, già esaurito.
Romanzi: O Túnel Perfeito, O Selo da Agonia ( ou livro dos cavalos), Carta aos loucos, Riopampa, ou o Moinho das Tribulações ( Prêmio “Machado de Assis”, da Fundação da Biblioteca Nacional, em 2000), O Livro do Peregrino , A Engenhosa Letícia do Pontal, O Poço dos Milagres (Prêmio per la migliore prosa poetica assegnato da Associação Paulista de Artes di São Paulo nel 2005), Jonas Assombro. A vida secreta dos gabirus (ed. Record, 2014), Teatro in Versi: Miguel Pampa, Fausto, Joana das Vozes, As Parcas , Favo branco (Vozes do Brasil), Pai das Coisas, Auto do Juízo Final – (Deus não é uma andorinha), Funarte, Rio, 1998. A chama é um fogo úmido, ( 1994), Ed. Escrituras, 2ª edição , Caderno de Fogo, 2000.

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TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

SOTERRADA, DESVIVENTE 
AMATRICE -  À Maria Beltrão 
(*)

Carlos Nejar
 
                                                             

Amatrice, o terremoto
na Itália, Amatrice:
a cidade não existe, é agosto,
os gritos, ritos, o relógio
parou, mortos, mortos,
não há  história
nas ruínas, nem
é abrigo o  terror.
E o fundo se abriu
e as casas entre ossos
de corpos, ossos
de pedras e velhas
velhas sonantes
sombras.
 
Amatrice e tremeu
a terra, tremeu
desabando a madrugada.
E o que resta dos escombros,
o que resta na inscrição
dos sonhos. O que resta,
com desolado pó, o negro
mel, a morte reina
e morre.


(*) Maria Beltrão é uma arqueóloga, historiadora, pesquisadora, professora e escritora brasileira. E' Doutora em Arqueologia e Geologia e uma das pioneiras na exploração de sítios arqueológicos do Brasil. Entre os ilustres titulos pertence ao 'Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro  e è Membro Correspondente da Academia de Letras da Bahia. 


Carlos Nejar. Poeta, romancista e crítico brasileiro. No Brasil è tradutor da obra de Pablo Neruda e Jorge Luis Borges. No ensaio do critico suiço Gustav Siebenmann, "Poesía Y Poéticas del Siglo XX En La América Hispana Y El Brasil "(Ed. Gredos, Biblioteca Románica Hispânica, Madri, 1997), ele è considerado  entre os 37 escritores chave, entre 300 autores memoraveis, no periodo 1890-1990.  Se encontra entre os 14 maiores da literatura brasileira, entre os outros, ao lado de Cruz e Sousa, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Haroldo de Campos. Nejar nasceu em 11 de janeiro de 1939, em Porto Alegre , estudou no Colégio do Rosário , formando em Ciências Jurídicas e Sociais na PUC , 1962, passando na primeira turma no Concurso para o Ministério Público Estadual , em 1963, sendo promotor em vários recantos do pampa: Pinheiro Machado, Bagé, Uruguaiana, Taquari, Itaqui, Erexim, Caxias , tendo sido assessor do Procurador Geral , capital do Rio Grande e Procurador de Justiça. Atualmente aposentado. Radicou-se  na “Morada do Vento” , na Urca (Rio de Janeiro) . Pertence à  Academia Brasileira de Letras, cadeira 4, na sucessão de outro gaúcho, Vianna Moog. Foi eleito também para a Academia Brasileira de Filosofia e Pen Clube do Brasil. Recebeu a mais alta condecoração de seu Estado natal , “A Comenda Ponche Verde” e de Minas Gerais, “A grande Medalha da Inconfidência”,em 2010.E chega ao setenta e dois anos , graças a seu espírito renascentista, com fama de poeta reconhecida, tendo construído uma  obra importante em vários gêneros – tanto no romance, quanto no teatro, no conto , na criação infanto-juvenil – publicou, agora em  2ª edição , sua  História da Literatura Brasileira , pela Ed. Leya de São Paulo,  onde assinala a  marca do ensaísta.
Publicou, em poesia: Sélesis , 1960,   Livro de Silbion (1963), O Campeador o Vento (1966), Ordenações (1971), Canga (Jesualdo Monte, 1971),  O Poço do Calabouço (1974),  Árvore do mundo (1976), O Chapéu das Estações (1977) , Os Viventes (1978), Um País, O Coração (1980), Obra Poética I (1980), Livro de Gazéis (1984), Memórias do  Porão (1985) ,  Elza dos pássaros ou a ordem dos planetas (1993),  Simón Vento Bolívar (bilíngüe,espanhol-português, trad.  Luis Oviedo, 1993), Aquém da Infância (1995), Os Dias pelos Dias (Ed. Topbooks, 1997, Rio), Sonetos do Paiol , ao Sul da Aurora (Ed. LP&M, 1997, POA),  todos  de poesia .Editou a rapsódia sobre a fundação do Brasil, A Idade da Aurora  (1990); Os Viventes ,Editora Record,  1999;A Espuma do Fogo ( Sinfonia Pampeana em sol e dor maior), 2001; Poesia Reunida : A Idade da Noite e A Idade da Aurora, Ateliê editorial de S. Paulo e Fundação da Biblioteca Nacional, 2002.Ao completar setenta anos , publicou a reunião da maior parte de sua poética com Amizade do mundo. Poesia Reunida. Publicou depois outros livros entre os quais destacamos  A Idade da Eternidade, editora Novo Século, São Paulo, 2009.   Odysseus, o velho, 2010. A Vida de um Rio Morto – Monumento ao Rio Doce, editora Ibis Libris, 2016).
Suas Antologias:  De  Sélesis a Danações (Ed.Quíron,SP, 1975 ), A Genealogia da Palavra (Ed. Iluminuras, SP, 1989),  Minha Voz se chamava Carlos (Unidade Editorial-Prefeitura de PA, RS, 1994), Os Melhores Poemas de Carlos Nejar, com prefácio e seleção de Léo Gilson Ribeiro (Ed. Global, S.Paulo, 1998); Breve História do Mundo ( Antologia), Ediouro, prefácio e seleção de Fabrício Carpinejar, 2003, já esgotado.
Romancista de talento reconhecido pela ousada inventividade, publicou O Túnel Perfeito, O Selo da Agonia (ou Livro dos cavalos),  Carta aos loucos, Riopampa, ou o Moinho das Tribulações ( Prêmio “Machado de Assis”, da Fundação da Biblioteca Nacional, em 2000), O Livro do Peregrino ,  A Engenhosa Letícia do Pontal,O Poço dos Milagres  (Prêmio para a melhor prosa poética da Associação Paulista de Artes, de São Paulo,2005), Jonas Assombro. A vida secreta dos gabirus (ed. Record, 2014), 
É autor de Teatro em versos : Miguel Pampa, Fausto, Joana das Vozes, As Parcas , Favo branco (Vozes do Brasil), Pai das Coisas, Auto  do  Juízo Final –(Deus não é uma andorinha),  Funarte, Rio, 1998. Ainda conta com reflexões sobre a criação contemporânea,  A chama é um fogo úmido, ( 1994), e editado pela Ed. Escrituras, 2ª edição , Caderno de Fogo, 2000.
Carlos Nejar aposentou-se como procurador de justiça do Rio Grande do Sul e se considera “procurador de almas e poemas”. Saiu também em 2011, pela editora Leya, a 3ª edição da obra Os Viventes (trabalho de mais de trinta anos, espécie de “Comédia humana em miniatura”).O escritor gaúcho, traduzido em várias línguas, tem sido estudado nas universidades do Brasil e do Exterior.


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