Il Sinodo cambierà il volto della Missione?
La realtà e i popoli definiscono lo stile della missione e la testimonianza dei missionari
Jaime C. Patias
TESTO IN ITALIANO   (Texto em português)


Il Sinodo per l’Amazzonia è stato una benedizione per la Chiesa e per l’umanità. Sin dalla sua preparazione nel percorso di ascolto del “grido dei poveri e il grido della Terra”, l’evento convocato dal Papa Francesco sfida gli “altari” e i “troni”, in cerca di nuove cammini per la Chiesa e per l’ecologia integrale.                                             

Allo stesso tempo i temi “conversione pastorale”, “uscita missionaria”, “conversione culturale”, “dialogo ecumenico, interreligioso e interculturale”, “conversione sinodale”, “nuovi ministeri”, “teologia, catechesi e formazione inculturata”, “rito amazzonico”, “Chiesa povera, con e per i poveri”, fra gli altri, sfidano la missione della Chiesa. Così pure “conversione integrale”, “conversione ecologica”, “modello di sviluppo sostenibile”, “cura della casa comune”, “promozione ecologica integrale”, “il grido dei poveri e della Terra”, “interdipendenza fra tutti gli esseri” ecc. mettono in discussione il sistema capitalista depredatore. Tutto è interconesso.

I fondamenti di questo processo si trovano nell’Esortazione Apostolica Evangelii Gaudium (2013) e nell’Enciclica Laudato si’ (2015).  Il documento finale dell’Assemblea Sinodale, celebrata dal 6 al 27 ottobre a Roma, e l’Esortazione post-sinodale che pubblicherà il Papa Francesco, indicano un cambiamento che va dall’”ascolto alla conversione integrale”, avendo l’Amazzonia come luogo teologico simbolico per tutta la Chiesa. Nella misura in cui ciò si concretizzerà, dovrà cambiare anche il volto della missione.

Questo Sinodo è stato inedito. Le numerose attività della Tenda Amazzonia: Casa comune hanno portato a Roma molti rappresentanti dei Popoli del territorio pan-amazzonico, per ascoltare lo Spirito e “camminare insieme con Francesco, i padri e le madri sinodali. Con i loro simboli, canti e riti hanno riprodotto la realtà della missione in quella Regione ed hanno annunciato che “qualcosa di nuovo sta nascendo”, nuove cammini sono possibili. Inoltre hanno denunciato il progetto di morte che minaccia la vita nel Pianeta.

Francesco invitò la periferia a sedere nel centro del cristianesimo e l’Amazzonia è stata piantata a Roma, rimanendo chiaro che nella missione i protagonisti sono la realtà del territorio e i suoi popoli, che ci incoraggiano a “navigare in acque più profonde”. Ciò dovrà contribuire positivamente a “decolonizzare” la missione. La realtà e i popoli definiscono lo stile della missione e la testemonianza dei missionari.

Presenti in sei dei nove Paesi della Pan-Amazzonia, da più di 70 anni, i Missionari e le Missionarie della Consolata fanno parte di questo processo. Hanno partecipato alla creazione della REPAM e alla preparazione del Sinodo. Tre vescovi IMC, un sacerdote e una Sorella sono stati nell’Assemblea del Sinodo. Il Congresso IMC-MC sulla Missione che trattò il tema “I volti dell’ad gentes”; La Mostra “Mater Amazonia” nei Musei Vaticani e la partecipazione nelle attività della Tenda Casa Comune durante il Sinodo a Roma, riaffermano il nostro impegno con la missione ad gentes nel mondo.

Il XIII Capitolo Generale IMC già aveva chiesto un nuovo modo di essere missionari: “È venuto il tempo di una missione più discreta, umile, solidale e propositiva, fondata più nell’essere’ che nel ‘fare’”. Questi sono i segni del nuovo volto della missione.                     

Questo Sinodo è un kairós. Tempo opportuno di grazia e di speranza. Al di là del ricco documento prodotto, l’evento ha aperto un processo che dovrà condurci verso nuove strade nella missione della Chiesa, che adesso è molto più cosciente circa il fatto che senza una conversione integrale e sinodale non potrà esserci un reale cambiamento.


Jaime C. Patias. IMC, Consigliere generale para l’América.
 

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TEXTO EM PORTUGUÊS   (Testo in italiano)

O Sínodo mudará o rosto da Missão?
Realidade e povos definem o estilo da missão e o testemunho dos missionários.
por
Jaime C. Patias


                                                               

O Sínodo para a Amazônia foi uma bênção para a Igreja e para a humanidade. Desde sua preparação no caminho de escuta do "Grito dos pobres e o Grito da Terra", o evento convocado pelo Papa Francisco desafia os "altares" e os "tronos", em busca de novos caminhos para a Igreja e a Ecologia integral. Ao mesmo tempo, os temas "conversão pastoral", "saída missionária", "conversão cultural", "diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural", "conversão sinodal", "novos ministérios", "teologia, catequese e formação inculturada",  "rito amazônico", "Igreja pobre, com e para os pobres", entre outros, desafiam a missão da Igreja.

Da mesma forma: "conversão integral", "conversão ecológica", "modelo de desenvolvimento sustentável", "cuidar da casa comum", "promoção ecológica integral", "o Grito dos pobres e da Terra", "interdependência entre todos os seres" etc. eles questionam o sistema de exploração capitalistas. Tudo está interconectado.

Os fundamentos desse processo encontram-se na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013) e na Encíclica Laudato si '(2015). O documento final da Assembléia Sinodal, celebrado de 6 a 27 de outubro em Roma, e a Exortação pós-sinodal publicada pelo Papa Francisco, indicam uma mudança que vai "dà escuta até a conversão integral", tendo a Amazônia como lugar teológico simbólico para toda a Igreja. Na medida em que isso se materialize, o rosto da missão também deve mudar.

Este Sínodo foi algo de inédito.  As numerosas atividades da "Tenda amazônica: Casa comum" trouxeram muitos representantes dos Povos do território pan-amazônico para Roma, para ouvir o Espírito e “caminhar junto" com Francisco, os pais e mães do Sínodo. Com seus símbolos, canções e ritos, eles reproduziram a realidade da missão naquela região e anunciaram que "algo novo está nascendo", novos caminhos são possíveis. Eles também denunciaram o plano de morte que ameaça a vida no planeta.

Francisco convidou a periferia a sentar-se no centro do cristianismo e a Amazônia foi plantada em Roma, mantendo claro que os protagonistas da missão são a realidade do território e de seus povos, que nos incentivam a "navegar em águas mais profundas". Isso terá que contribuir positivamente para "descolonizar" a missão. Realidade e povos definem o estilo da missão e o testemunho dos missionários.

Atuando em seis dos nove países pan-amazônicos, há mais de 70 anos, os Missionários da Consolata fazem parte desse processo. Eles participaram da criação do REPAM e da preparação do Sínodo. Três bispos do IMC, um padre e uma irmã, estavam na Assembléia do Sínodo. O Congresso IMC-MC sobre a Missão, que tratou do tema "Os rostos do ad gentes"; A exposição "Mater Amazonia" nos Museus do Vaticano e a participação nas atividades da Tenda da Casa Comum durante o Sínodo de Roma, reafirmam nosso compromisso com a missão ad gentes no mundo.

O XIII Capítulo Geral do IMC já havia pedido uma nova maneira de ser missionário: "Chegou a hora de uma missão mais discreta, humilde, solidária e proativa, fundada mais em ser do que em fazer '". Estes são os sinais do novo rosto da missão.
Este Sínodo é um kairós. Um tempo oportuno de graça e esperança. Além do rico documento produzido, o evento abriu um processo que deverá nos levar a novos caminhos na missão da Igreja, que agora está muito mais consciente do fato de que, sem uma conversão integral e sinodal, não haverá mudança real.



Jaime C. Patias, IMC, Conselheiro Geral para a América.